Acontecimentos recentes revelam a realidade marcada drasticamente pelo drama da fome.
Milhares de famílias no Brasil e no mundo não têm acesso regular e permanente aos alimentos. A disparidade entre países com altos índices de exportação de grãos e pobreza extrema demonstra que, entre as causas dessa injustiça social, está uma questão política que não considera o alimento como questão de saúde pública, mas como mercadoria.
No exercício de nossa vocação cristã, somos inspirados a permear a vida social com os ensinamentos de Jesus, manifestados no Evangelho. O sentimento de compaixão nutre a vida discipular dos cristãos, sendo a força que gera sensibilidade com os mais pobres. Recordamos que os bens criados estão destinados a todas as pessoas e que os bens de subsistência são indispensáveis para o exercício da dignidade humana.
Ao celebrarmos 75 anos da declaração universal dos Direitos Humanos, devemos nos questionar se, de fato, todos têm seus direitos defendidos e garantidos pela sociedade. A segurança alimentar e nutricional não pode ser compreendida como um privilégio de poucos, mas como direito indispensável para promoção da dignidade humana. Precisamos permear nossa sociedade com os valores do Evangelho: partilha do pão, solidariedade e fraternidade.
O pedido de Jesus precisa ecoar em nosso coração e em nossa vida: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Somos discípulos de Jesus e, a partir de nosso testemunho de vida, alcançamos uma multidão que vivem como ovelhas sem pastor.
O modo cristão de proceder frente à realidade da fome: levantar a cabeça, ver, sentir compaixão e curar. O flagelo da fome é contrário ao projeto do reinado de Jesus. É uma injustiça e gera desumanização.
A partir da celebração Eucarística, temos um projeto de fraternidade e amizade social. O convite é transformar nossa vida em uma extensão da Eucaristia. Quando pedimos o pão nosso, devemos somar forças com a comunidade cristã e com as instituições sociais, para que haja pão em todas as mesas.
Os congressos eucarísticos contribuem para a construção de uma cultura eucarística, e que o gesto concreto da Casa do Pão, fruto do congresso eucarístico de 2022, inspire-nos no exercício da vida cristã comprometida com a realidade.
Na atualidade, prevalece uma cultura da indiferença e da repulsa ao outro. Assim se normalizam sentimentos de ódio, como a aporofobia, que considera os mais pobres como ameaça. Essas posturas se tornam um empecilho para a superação da fome e da pobreza extrema.
Acreditamos que é possível e necessário construirmos uma nova sociedade, alicerçada na fraternidade, resgatando nossa identidade de irmãos e cultivando a amizade social. Um caminho possível é repensar a política, considerando seu papel principal: a realização do bem comum.
Inspirados pelo pontificado do Papa Francisco, afirmamos que a dignidade humana é infinita. Todos os esforços e os direitos humanos devem convergir para a promoção da dignidade da pessoa, independentemente de qualquer circunstância. A superação da miséria e da fome será possível quando o espírito fraterno permear nossa sociedade e nossas ações.
Ir. Carlos Renato da Silva, C.Ss.R.
Fonte: Texto escrito originalmente para a revista "Focus Provincialis"
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