Nos primeiros dias do pontificado do Papa Leão XIV, os meios de comunicação começaram a resgatar fotos e vídeos de sua vida desde sua infância e, sobretudo, do período em que ele foi bispo da diocese de Chiclayo, no Peru.
Algumas das fotos e vídeos mostram o futuro Papa de bota, ajudando a socorrer o povo na ocasião de uma grande enchente que atingiu a sua diocese. Outras fotos o mostram distribuindo cestas básicas aos desabrigados.
O episódio faz recordar que em diversas ocasiões os papas deixaram a segurança do Vaticano para estar ao lado do povo em difíceis ocasiões de muito sofrimento para o povo.
Um desses episódios se deu com o Papa Pio XII que, acompanhado do Cardeal Montini, futuro Papa Paulo VI, ocorreu aos bairros de Roma mais atingidos por bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945).
Durante a Segunda Guerra, a Itália, governada pelo ditador Benito Mussolini, viveu tempos muito difíceis, pois ele havia imposto o sistema fascista no país, aliando-se à Alemanha nazista e ao Japão contra as nações aliadas do mundo.
A guerra que começou em 1939 inicialmente foi favorável aos países do “Eixo”, mas aos poucos o destino foi mudando e os aliados, capitaneados pelos Estados Unidos, se recuperaram das derrotas e foram avançando contra o Eixo, virando completamente o jogo.
No contexto da guerra a cidade de Roma sofreu vários bombardeios que ocorreram em diversas ocasiões entre 1943 e 1944, primordialmente pelos aliados e, em menor escala, pelo Eixo, antes da cidade ser invadida e retomada pelos aliados em 4 de junho de 1944.
O primeiro bombardeio aconteceu na noite de 5 de novembro de 1943, quando um avião lançou bombas de tamanho médio que atingiram os Jardins do Vaticano, ao lado dos muros em frente à colina Gianicolo.
As bombas aéreas explodiram na estação de trem do Vaticano, no laboratório de mosaicos, ao lado da Basílica de São Pedro e em uma parte do Palácio do Governatorato que era destinado para fins residenciais. A quinta bomba não explodiu.
Os danos foram consideráveis e causaram importantes perdas patrimoniais, especialmente no laboratório de mosaicos, onde alguns mosaicos valiosos por serem históricos estavam sendo restaurados.
No dia 19 de julho de 1943, dia em que Hitler e Mussolini se encontraram secretamente perto da cidade de Feltre, no norte de Itália, Roma foi novamente bombardeada pelos aliados, desta vez com muito mais força, por 521 aviões que tinham três alvos principais, provocando muitas baixas civis.
Siderúrgicas, pátios de carga e o aeroporto de Ciampino eram os alvos, mas alguns bairros de Roma, especialmente San Lorenzo, foram os mais atingidos. O ataque de centenas de aviões provocou cerca de três mil mortos e milhares de feridos.
Outro bombardeio, que afetou apenas a margem externa da cidade, ocorreu por volta da mesma hora no dia 01 de março de 1944, matou uma pessoa e ferindo outra.
Um artigo publicado pelo Vatican News recolheu informações que mostram que o objetivo do bombardeio sobre o Vaticano era interromper as transmissões da Rádio Vaticana.
Nessa ocasião o papa Pio XII, junto com dom Giovanni Battista Montini — futuro papa Paulo VI — não quis permanecer alheio ao sofrimento do povo romano e, quando as bombas continuaram explodindo, foi às ruas da Cidade Eterna para consolar e ajudar os vizinhos.
Pio XII repetiu o mesmo gesto durante um segundo bombardeio contra Roma em 13 de agosto de 1943, quando, justamente quando estava prevista uma missa pelos falecidos no ataque anterior.
O papa Pio XII, contrariamente do que muitos historiadores e estudiosos afirmam, não ficou alheio aos horrores da guerra e tentou, inicialmente sem sucesso, declarar Roma como uma cidade aberta, através de negociações com o Presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt, pelo intermédio do cardeal norte-americano Francis Spellman.
Numa das correspondências enviada pelo Papa a Roosevelt, ele pediu que Roma “fosse poupada tanto quanto possível de mais dor e devastação, e seus muitos adorados santuários...de irreparável ruína”.
Em 16 de junho de 1943, Roosevelt respondeu:
“Ataques contra a Itália são limitados, na medida do humanamente possível, aos alvos militares. Não fizemos e não faremos guerra contra civis ou outros objetivos não militares. Na hipótese de ser necessário para os aviões aliados operarem sobre Roma, nossos pilotos foram amplamente informados sobre a localização do Vaticano e foram especificamente instruídos a evitarem que bombas caiam sobre a Cidade do Vaticano”.
Graças aos esforços do Papa, finalmente Roma foi declarada como cidade aberta em 14 de agosto de 1943, um dia depois do último bombardeio aliado contra as forças defensoras.
No total, na campanha aliada sobre a Itália, 110 mil missões foram realizadas, 600 aeronaves foram abatidas e 3,6 mil pilotos e tripulantes foram mortos; 60 mil toneladas de bombas foram jogadas nos 78 dias anteriores à captura de Roma.Leia MaisQual a importância do Concílio de Niceia?Os papas de nome "Leão"Leão I, o papa que enfrentou os bárbarosHistória de Roma: de capital do maior império a sede da Igreja
O bombardeio de Roma era controverso e o general Henry H. Arnold descreveu a Cidade do Vaticano como uma “batata quente” por causa da importância dos católicos para as forças armadas norte-americanas.
A opinião pública britânica, porém, estava mais disposta a bombardear a cidade, principalmente por causa da participação de aviões italianos na Blitz sobre Londres. O escritor H. G. Wells era um dos mais ativos defensores desta estratégia.
Durante toda a guerra o Vaticano manteve uma política oficial de neutralidade e mesmo quando soldados nazistas ocuparam a cidade, o Papa Pio XII ordenou que a Guarda suíça não oferecesse resistência caso os nazistas entrassem no Vaticano, mas felizmente isso não aconteceu.
O Papa, porém, não ficou alheio aos horrores da guerra e da perseguição contra os inimigos do faci/nazismo colocando a Casa Santa Marta, que hoje acolhe os cardeais durante o conclave, e também Castel Gandolfo, o palácio de verão dos papas à disposição para serem usados como refúgio dos que eram considerados inimigos do regime e também como hospitais.
Esses dois edifícios chegaram a acolher mais de 10 mil desabrigados e foragidos durante o período da guerra.
Não é de hoje que os bispos e padres da Igreja não poupam esforços para socorrer os desvalidos, como fez Pio XII durante a guerra, o bispo Prevost nas épocas de calamidade no peru e o Papa Francisco durante a Pandemia da Covid-19.
::. Qual a importância do Concílio de Niceia?
::. Guarda Suíça, o exército dos papas
5ª temporada de The Chosen estreia em plataformas digitais
Papa recebe em mãos cartas com pedido de detentos brasileiros
Para Leão XIV recebeu cartas de detentos brasileiros que expressam a esperança que ele dê continuidade ao legado do papa Francisco.
Papa presta condolências às vítimas de enchentes nos EUA
O Papa Leão XIV prestou condolências à famílias das vítimas que assolam o estado do Texas, nos EUA.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.